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Superbikers Brasil - Em Foco - Dudu Costa Neto

  • Edição e Imagens - Chris Fabbri | Consultor
  • 27 de ago. de 2016
  • 26 min de leitura





Superbikers – Como a motocicleta entrou na sua vida Dudu ? Como tudo começou ?


Dudu Costa Neto - Eu nasci em cima de uma motocicleta… (risos), é verdade. Em 1974 meu pai e minha mãe se casaram e saíram da igreja em cima de uma Honda CB 500 Four. Minha mãe sentada de ladinho na garupa… saíram da igreja e já subiram a Augusta com a 500 Four.


Pais do Dudu, Eduardo e Elisabete, saindo da igreja de moto no dia do casamento

Então minha lembrança sempre foi com motos na garagem, lembro que eu andava no meio na moto, entre a minha mãe e meu pai, algo que hoje é impraticável e impensável, mas eu ia ali no meio.. Até que eu cresci um pouco e a coisa evoluiu e quando eu consegui segurar no guidão da moto aí eu ia na frente, deitado com a barriga no tanque, obviamente naquela época sem capacete… me lembro dos olhos ardendo, do cabelo voando….


E as vezes meu pai me colocava ali para acelerar a motoca pelas ruas de São Paulo, ainda bem pequeno. Aquilo rapidamente tomou conta do meu corpo e criou meu enorme gosto pelas 2 rodas. Logo em seguida eu já não saía de cima da bicicleta e com menos de 10 anos de idade já fui para a Mobilete. Logo depois já comecei com moto mesmo, uma Yamaha TT 125cc vermelha, a minha primeira moto.


Aí começou aquela série de coisas erradas… rachas na avenida com 14 anos de idade, etc… se esconder da polícia pois não tinha carta, capacete era opcional mas eu usava porque com ele não viam que eu era menor de idade, uma criança…(risos).


Fui crescendo e as motos foram aumentando, comecei a ir pra estrada e fazer bobagem, até que um dia me convidaram para ir num curso em Interlagos. Acabei indo. Fui com um grande amigo meu, parceiraço até hoje, o Thales, um irmão de mais de 30 anos, sempre comigo andando de scooter, de moto, etc. juntos.


Na estrada era só loucura, perdi alguns amigos lá. Mas quando eu fui para Interlagos fazer o tal curso e percebi que eu não sabia nada, percebi que aquilo era um desafio muito grande, num ambiente seguro, algo muito bacana.


Mas eu saí de lá com a impressão errada porque achei que como andei em Interlagos, fiz o curso e tal, agora eu ia dominar a estrada… O bom é que quando eu fui novamente para a estrada, eu percebi que a estrada não tinha mais graça. A sensação foi ruim porque não dava para comparar a estrada com o autódromo. É como se eu sempre tivesse jogado futebol dentro da sala de casa e aí fui jogar num campo de verdade (no lugar certo). Quando voltei pra jogar dentro da sala de casa percebi que aquilo era errado, não era o lugar certo e não tinha nada a ver. Não tinha mais prazer, vi que não tinha segurança, só tinha risco e ali na estrada eu não ia chegar em lugar nenhum. Tinha aí acabado minha vontade de correr em estradas, ao mesmo tempo que tinha aí começado a grande vontade de correr nas pistas.


Comecei a ir para Interlagos fazer track-days, e num deles teve um pequena corrida, um grid… eu cheguei em 2o. lugar na corridinha. Eu pensei… sou bom nisso, vou entrar nesse lance de corridas. Treinei, me dediquei nos track-days e treinos, peguei uma moto de corrida e lá se vão 20 anos, sendo que não fiquei um ano sequer sem alinhar num grid, correr e participar de um campeonato.


O resumo da história é esse. Paralelo a isso, eu apesar de formado em Propaganda e Marketing, eu acabei indo para o mundo da motocicleta nos negócios também, para loja de motos, o relacionamento com as empresas voltadas a este segment e foi neste mundo que se desenvolveu a minha vida profissional.


A paixão pela motocicleta acabou dando o tom para a minha vida profissional. Hoje eu posso falar que eu faço o que eu gosto. Estou perto das pessoas que amam o que eu amo. Isso é muito gratificante. Eu vivo moto.


Se não estou com a moto correndo, estou fazendo um treinamento de produtos para motos, ou estou visitando um cliente que trabalha com peças, ou oficina de motos ou lojas de motos, ou estou com fornecedores preocupados e desenvolvendo novos produtos para motos, ou seja sempre estou envolvido com o universo da motocicleta.


Naturalmente, minha paixão pelas motos me levou a fazer minha carreira nos negócios no mesmo mercado, nada foi forçado. As portas foram se abrindo nesse segmento e dessa forma já estou há muitos anos vivendo da motocicleta de várias formas diferentes.




Dudu fora das pistas, dando treinamentos e palestras sobre produtos, motocicletas, segurança e pilotagem.




Superbikers – Quais passos voce deu para que o começo nas competições se realizasse ?


Dudu Costa Neto - Os passos vieram quando eu já estava envolvido comercialmente com o mundo da motocicleta, com isso as ajudas vieram de vários lados, exemplo o Ciganinho me ajudando a pintar a moto e ficando comigo no box, outros amigos com outras coisas… e aí foi, começou e não parou mais.


Quando voce alinha num grid e ve a placa de 5 minutos, 3 minutos, 1 minuto, 30 segundos… acende a luz vermelha… e apagou a luz… isso é um negócio que só quem esteve lá consegue descrever o que aquilo faz dentro do seu corpo, da sua mente. Tudo aquilo que voce acaba vivendo naqueles 30 minutos de prova. É algo fantástico.


Voce não consegue ficar sem aquela sensação maravilhosa.






Superbikers – Dudu, falando em emoção e sensação.. hoje voce sente a mesma emoção no momento que a luz se apaga, que sentia há 20 anos atrás ?


Dudu Costa Neto – Sinto, e com a mesma intensidade.

Hoje eu acho que consigo administrar melhor os meus sentimentos. Acho que naquela época pela minha idade e pela falta de experiência, era mais fácil deixar a explosão emocional acontecer, era mais agressivo e era mais fácil tomar alguma atitude que eu não tomaria hoje. Hoje eu consigo administrar melhor justamente por diversas vezes já ter passado por situações iguais.


A experiência te dá mais maleabilidade mas a emoção e a sensação gostosa são exatamente iguais de 20 anos atrás e a ansiedade antes de subir na moto e alinhar no grid também é algo muito bacana.


As pessoas dizem que eu fico calmo mas a vontade que dá de subir na moto e alinhar é enorme. Quando atrasa uma corrida é terrível (risos). É muita vontade de ir e viver aquela emoção novamente.






Superbikers – Dudu, o que move esse “vício” é o mêdo ? O mêdo, o risco, fazem voce se sentir mais vivo ?


Dudu Costa Neto - Não… O que me move, de forma muito clara, é a superação. É o meu maior adversário.


Tive e tenho diversos companheiros e competidores na pista, mas o meu adversário sou eu mesmo. E eu sempre tive na minha cabeça ( e falo muito isso para outros amigos e motociclistas em bate-papos, palestras, etc. - que a coragem e o mêdo são os maiores inimigos da motocicleta. Quando voce está dependendo do mêdo ou da coragem, quando está entre essas duas pontas, voce está se expondo ao risco. O mêdo e a coragem te põe no chão.


Voce tem que ter “respeito” pelo risco e pelos limites. É um pouco diferente do mêdo. O medo não me traz prazer algum. Não gosto de fazer nada que me traga medo. Eu gosto muito de montanha-russa, brinquedos radicais que gosto… mas tem alguns que eu não curto, não me agradam.


E nessa altura do campeonato, eu não faço mais nada que não me agrade… (risos). Não estou com quem não me agrada, não como o que eu não gosto (risos), ou seja, tento me dar ao luxo no básico, onde está a felicidade, de fazer o que eu realmente gosto. Medo eu passo por cima…





Superbikers – Os tempos de volta na motovelo hoje, principalmente no grid das 600cc, vem caindo rapidamente…, a evolução da performance tem sido muito grande nos últimos anos. Qual o seu segredo, que mesmo vindo lá de trás e com tantos grids na vida, conseguir manter esse mesmo ritmo de evolução da garotada que chega forte e com tanta velocidade atualmente, com tanta energia?


Dudu Costa Neto - Eu acho que vem justamente da superação. Mas eu fico um pouco triste de ver esse grid tão sensacional no Brasil. No meu entendimento desse grid hoje aqui está tão forte com muitos meninos que eram para estar correndo for a e não estão porque infelizmente o cenário economico não está permitindo.


Claro, fico muito feliz por eles estarem alinhando aqui comigo e com os outros no grid porque é um desafio a mais, mas por outro lado fico triste porque eu queria estar assistindo eles pela televisão conquistando terreno e levantando a bandeira do Brasil fora do país.


De qualquer forma, manter o meu ritmo de evolução está muito ligado a experiência que eu adquiri durante esses anos e essa imensa vontade minha de me superar e ir além.

É muito louco tudo isso.. eu fui campeão em 2011 andando com tempos mais lentos do que eu cheguei em oitavo lugar na última corrida. Eu ganhei corridas com um tempo total em 2011 que hoje eu não chegaria entre os 20 primeiros.


Aí se pensarmos… foi a moto que evoluiu tanto assim ? Não. Os pneus ? Também não. A evolução na verdade foi técnica, dos pilotos.

Em 2011 quem dava o ritmo era eu mesmo. Hoje, com esse nível técnico avançado, se voce não trabalhar muito, voce não sai nem na foto (risos).


É muito gratificante estar com esses meninos aqui, mas triste não estar com eles numa prova comemorativa de final de ano quando eles voltassem nas férias dos campeonatos internacionais onde deveriam estar competindo.


O lado bom é que com esse grid técnico e tão valorizado pela presença de um grid com tanta performance é que isso pode atrair empresas para o campeonato com o tempo, que podem ajudar a impulsionar esses meninos para fora do país, afinal eles são bem jovens e dá tempo para dar a volta por cima e ter sucesso lá fora para a nossa alegria.





Superbikers – Dudu, até hoje, qual o podio mais especial que vem na cabeça de primeira ? e qual(is) o(s) momentos mais difíceis e desafiadores ?


Dudu Costa Neto - Ahhh, tem um muito especial.. Curitiba, 2011, corrida na chuva… a moto quebrou no sábado e eu na liderança do campeonato e precisando muito dos pontos nessa prova, que era a penúltima da temporada. Moto nova com mil km, estourou uma mangueira e eu não consegui sair para o classificatório e ia largar no “rabo da vaca” (lá no final do grid), e na pole position quem estava lá ? O meu companheiro que estava em segundo lugar no campeonato. Ou seja, uma “maravilha”… faltando uma prova para terminar o campeonato depois dessa, pensei – Agora vai ter que ser na raça.


Bem, a equipe arrumou a moto e no final do dia eu fui deitar. Não tenho nenhuma dificuldade pra dormir, nunca fiquei “dando voltas” na cama na noite anterior da corrida, nada de ficar como bife na chapa, virando de um lado pro outro de noite..


Mas essa noite fiquei preocupado, eu estava no hotel em Curitiba e me lembro bem de estar muito preocupado, como ia ser, se o remendo feito com um pedaço de cano de guidão na mangueira ia aguentar (risos), até que de repente veio aquele trovão que o quarto tremeu e começou um dilúvio. Frio e tempestade… era tudo para terminar de ferrar… (risos).


Dormi, acordei, e a tempestade caindo… Fui para o autódromo e cruzei com o Alexandre Barros com quem tenho uma relação muito legal de amizade, trocamos algumas palavras e ele falou: - Acredita no pneu. Sai no warm-up, sente o pneu, ve se a suspensão está boa e faz a sua corrida. Esquece o resto, acredita e vai, não pensa em mais nada.


Gravei essas palavras. Alinhamos e largamos na chuva, eu em último. Na metade da corrida eu já estava na 5a. posição e acabei ganhando a corrida caindo o mundo de água na pista. Naquela época de 1000cc amigo, chegava no final daquela reta de Curitiba a uns 290km/hora com a pista “alagada” e na freada eu pensava que se o pneu não segurasse ali eu iria parar em Florianópolis (muitos risos).


De qualquer forma o que aconteceu foi muito engraçado, porque na hora que eu passei meu adversário, naquele momento em segundo lugar, para assumir a ponta, ele acabou perdendo rendimento e várias posições, caindo para o 5o. ou 6. Lugar. Ele deve ter perdido a concentração por me ver passando mesmo tendo largado em último. Eu o passei ainda faltando algumas voltas para o final da prova, e fui best-lap (melhor volta da prova) atrás de best-lap até a última volta.


Eu estava tão focado que era como se eu estivesse sozinho correndo contra mim mesmo.

Foi um momento muito especial para mim esse pódio e sempre que eu tenho algum tipo de dificuldade na minha vida eu assisto o vídeo dessa corrida onde eu estava todo estrepado, sem possibilidade… mas larguei, confiei e ganhei.


A mensagem é “Acredite em voce mesmo que voce é capaz.”


Ninguém é super-homem. Até o super-homem de vez em quando pega a capa e enxuga uma lágrima, mas todas as vezes que eu estou enxugando uma minha eu assisto esses vídeos. Momentos como esse inspiram e fazem nós lembrarmos que tudo é possível.


Quanto ao momento mais difícil, talvez não o mais difícil mas aquele momento que eu levei um tapa na cara da vida, sabe… É engraçado porque foi logo em seguida a essa de Curitiba, na etapa seguinte no Rio de Janeiro, última etapa do campeonato, deviam ter uns 150 convidados dos meus patrocinadores, naquela festa e clima de já é campeão… Eram duas rodadas, uma corrida no sábado e outra no domingo.


No sábado fui e fiz acho que um 4o. lugar que era o que eu precisava para ser campeão. Fui campeão por antecipação.


Na prova final no domingo, prova final… Jacarepaguá, aquela pista maravilhosa. Larguei, em quarto, em terceiro, muita disputa de repente em segundo.. Faltando duas voltar para o final eu em segundo comecei a encostar no líder. Tinha uma curva de alta que fazia em 5a. marcha e toda vez que eu fazia essa curva a moto dava uma balançadinha, mas normal.. ela balançava desde os treinos, sempre igual.


Bom, nessa curva, na última volta, faltando mais 3 curvas para eu passar em segundo lugar e garantir a festa e um lugar no pódio para comemorar o final do campeonato, com os convidados, champanhe, festa, camiseta de campeão, etc., eu vi que enconstei no líder, e dei uma forçada para passar o cara, para ganhar a corrida, essa era minha.


Confiei demais… bem na curva da balançadinha, entrei forte, perdi a frente da moto e eu parecia a Diane dos Santos (ginasta Brasileira), saí em duplo-carpado (salto de pirueta de giro em torno de si mesmo) – (muitos risos), eu, a moto, peças voando para todo lado.. acabei com a moto, me machuquei, não muito o corpo… mas machucou bastante o ego.. Tipo aquele tapa na cara: “Saiba administrar a sua vida, não queira ir além do que voce pode”. Eu sabia que eu já estava no limite e quis ir além, sem precisar. Foi uma exposição ao risco desnecessária.


Esse foi um momento que eu parei e começei a pensar melhor na vida e até onde ir. Isso me trouxe muita bagagem para hoje ter essa constância e saber entender que hoje um 8o. lugar é o melhor que o Dudu pode fazer. É naquele oitavo lugar que o Dudu de hoje está ganhando do Dudu de ontem. E essa deve ser a evolução, o objetivo. De forma racional, consciente.






Superbikers – Como voce vê a questão da preparação técnica, física e mental de um piloto de competição e qual a importância que essas variáveis têm para a evolução da performance (e até mesmo para a segurança) de um piloto?


Dudu Costa Neto - Eu acredito que hoje, a oportunidade que os pilotos têm de estar andando numa moto ela é muito maior do que tínhamos no passado. Hoje, mesmo com crise e tal, voce consegue ir para a Interlagos com uma certa frequencia nos eventos de track-day, etc. para andar e se desenvolver tecnicamente.


A parte física é fundamental e aprendi nesses anos que a preparação física para motocicleta é diferente do que se imaginava no passado. No passado se imaginava que devia fazer muita força então tinha que pegar muito peso… quase um cara biônico pra poder andar na moto.


Precisa ter uma preparação muito boa, mas muito mais voltada para a função de pilotagem da moto. Hoje treino muito mais equilíbrio, isometria, exercícios onde voce fica parado na posição de esforço necessária. Diferente da repetição contínua. Muito exercício de alongamento para estimular a postura em cima da moto e não ficar fadigado com a postura, um pouco de ioga… Então preparar-se bem e princiapalmente de forma correta fisicamente é de total importância.


Mas, se voce não tem uma preparação mental, não adianta ser um fisicamente um atleta, não adianta ter um nível técnico alto sabendo o que deve fazer quando escorrega, saber fazer contra-esterço, etc., se voce está desiquilibrado mentalmente para subir em cima da motocicleta e andar a 300km/h.


É a sua vida que está ali. Se voce não tiver condição de ter a máquina que administra tudo isso que é sua cabeça, bem, é melhor não subir na moto, porque não vai adiantar nada seu talento, técnica ou seu preparo físico se a mente não estiver bem. Eles só irão te colocar em risco. Se a mente não estiver bem, irá executar errado e irá cair.


O conjunto é muito mais importante do que alguma das habilidades em destaque fracionadas. É melhor ser nota 8 em todos os preparos (físico, técnico e mental) do que ser nota 10 no técnico, 7 no físico e 3 no mental. É importante equilibrar e é isso que faz o piloto ir bem.


Eu acho que um Valentino Rossi é o que é porque a mente dele é motocicleta. É o que ele quer pra vida dele, andar de moto e vencer corridas. Ele não está preocupado com a grana, com a mulher, com mais nada. Ele está preocupado em ganhar corridas. Ele está extremamente conectado e focado no que ele está fazendo.


Trabalhar a mente é a conexão com o específico.


O treino mental é onde voce consegue se desligar absolutamente do mundo para executar uma determinada tarefa. Tem muitas coisas que parecem coisas como jogos de raciocínio que voce joga assistindo televisão, com gente conversando perto, etc. pois voce precisa conseguir “desligar” a voz do cara que está do seu lado, o som da TV, e se focar no jogo. São exercícios que costumo fazer onde vou no meu quadro de comandos interno e começo a desligar as coisas que não estão estritamente relacionadas com a minha ação na moto naquele momento.


Quando eu engato a primeira marcha para sair do box, tudo ficou para trás. Ali é só a moto. Não passa mais absolutamente nada na minha cabeça. Eu não tenho lembrança de ter pensado em alguma coisa enquanto eu estava correndo de moto. Eu chego no box eu consigo falar a temperatura da moto que estava na reta oposta, que giro eu fiz tal curva, etc. porque a minha conexão com a máquina é tão forte e exclusiva, que naquele momento a minha vida é aquele relacionamento entre eu e ela, mais nada.


Além disso, vou precisar de um pouco de preparo físico para executar, e um pouco da técnica que a quilometragem me traz para poder ter as reações corretas. É mais ou menos isso.







Superbikers – Todos vemos na TV por exemplo no campeonato mundial vários pilotos terem rituais antes de subir na moto. Você tem algum ritual ou mania que possa contar pra nós e o que ele representa pra voce ?


Dudu Costa Neto - Precisa ver se tem bateria suficiente no seu gravador para eu contar todas as manias que eu tenho (risos). Eu já sou uma pessoa cheia de manias, do dia a dia, particulares minhas… desde como eu estaciono o carro, onde eu coloco a carteira, o celular, etc. Se as coisas estiverem diferentes do que eu estou acostumado fica complicado.


Eu não gosto de número par, então se eu for comer ovos de codorna irei comer ou 1, ou 3, ou 5, 7, 9… e assim por diante (risos)… É uma loucura (mais risos).


No ambiente das motos, e as pessoas que estão comigo já sabem disso, por exemplo, eu sempre coloco a bota de uma maneira, começando pelo pé direito, eu sempre subo na moto pelo mesmo lado, eu sempre coloco a luva do meu jeito… é tudo sempre igual.


A coisa é assim, se botar minha moto onde eu tenha que subir pelo outro lado, eu não ando. Aliás, nem subo na moto. Tenho um problema muito sério também com o setup da moto… Se o guidão não estiver exatamente simétrico nos lados, se o manete não estiver exatamente na posição que eu gosto, eu também não consigo andar. E tenho muita sensibilidade para perceber a mínima diferença. O mecânico que monta e desmonta a minha moto já faz todas as marcações porque ele já sabe que se não estiver tudo exatamente como eu gosto, eu nem saio pra pista. Pode estar dando a largada que eu não saio (risos).


Sou meio metódico pra fazer as coisas.


Sempre que saio dos box eu sempre faço a mesma linha pra entrar na pista, sempre peço proteção no mesmo lugar, em todas as pistas que andei sei o lugar certo de abaixar a viseira, quando volto o lugar de levantar a viseira e agradeço pela proteção, essas coisas.

Se alguém ficar na porta do box reparando, verá que é sempre igual.


Até a promotora tem que ficar do lado esquerdo, sempre. Mesmo que ela naquele lado não conseguir me proteger do sol por exemplo, não tem jeito. Não sei porque isso, mas é assim (mais risos).





Superbikers – Como todos sabem, o Dudu é figura carimbada de muitas temporadas na motovelocidade e com um enorme numero de presenças no pódio. Sabemos que a sua categoria é muito disputada e com índice técnico altíssimo, visto que hoje pilotos que competiram ou competem no exterior estão aqui SuperSport 600cc do SBK Brasil. Como se sente dividindo a pista com esses garotos? Qual o maior desafio pra voce, a parte física ou o arrojo que esses meninos colocam nas corridas? Qual o teu sentimento de saber que voce é competitivo, sobe no pódio e disputa grandes pegas com essa garotada?


Dudu Costa Neto - Pra mim é fantástico. Ver que não existem mais pilotos com a minha idade competindo no grid pelo menos com esse o nível técnico que eu estou é muito legal e gostoso ser reconhecido.


Da molecada eu te falo, eu vi todos ali saírem da fralda dentro do autódromo, vi a primeira vez que subiram nas motos, vi quando começaram a andar, e conseguir acompanhar toda a evolução deles. Então eu passo por eles e brinco: Ve lá heim, me respeita que eu sou mais velho, não brinca não heim ?


Então quando estamos numa disputa, eu tento usar a minha maturidade contra o arrojo deles. Por mais que eu continue competitivo e arrojado, obviamente o Dudu de hoje aos 40 anos de idade não tem mais o arrojo que o Dudu de 30 anos tinha.


O lado físico não tenho certeza do quanto atrapalha. Por mais que eu tenha perdido alguma qualidade física dos 30 para os 40, o nível técnico acaba compensando a perda física. São 10 anos perdendo o físico mas os mesmos 10 anos ganhando experiência. Então acho que isso meio que se equivale. Acho que o meu maior gap mesmo é o arrojo. Por mais que eu venha me superando, quebrando os meus records, etc. o meu arrojo não é mais igual aos 30 mesmo porque eu já não tenho mais que provar muitas coisas pra mim mesmo que eu já provei.


Eu já fui campeão, já venci corridas, já fiz melhor volta, já fiz poles, já caí, já dei piruetas, enfim, eu já provei do melhor ao pior que a moto pode me dar. Já perdi diversos amigos na pista, já ganhei muito mais amigos do que perdi. Hoje sei administrar melhor o ímpeto e o arrojo. Talvez se eu tivesse o mesmo arrojo do passado estaria andando um pouco mais na frente mas com que nível de segurança.. estaria caindo mais ? Será que eu estaria sendo constante como estou hoje ? Será que a posição no campeonato, que é o que vale, estaria melhor ou pior ? Não sei, é difícil saber.


Essa bifurcação acontece naturalmente na nossa vida. Na parte profissional, no meu trabalho, na família, em tudo, a maturidade acaba sendo inimiga do arrojo. Voce vai ficando maduro e na mesma medida deixando de ser arrojado. Acaba sendo como uma balança.





Superbikers – Ao longo desses anos, voce tem acumulado um conhecimento incrível sobre mecânica, engenharia das motos e ajustes de corrida. Também é sabido que voce contribui e abre oportunidade para novos(as) pilotos(as) e sempre com grandes resultados. Como voce se sente sendo tão importante para o esporte? Como esses novos pilotos que seguem seus passos influenciam na sua carreira?


Dudu Costa Neto - O conhecimento só vale alguma coisa a medida que voce o passa para alguém. O conhecimento concentrado dentro de uma única pessoa, não serve para nada. É algo totalmente inócuo.


Acho que é minha obrigação passar o conhecimento adiante, passar o bastão. Muitos me perguntam o porque das meninas. A Sabrina (Sabrina Paiuta) que foi campeã comigo, a Indy (Indy Munoz) também. Eu acho que as mulheres prestam mais atenção do que os homens. O homem é mais imaturo para aprender as coisas e as vezes não te dá tanto ouvido ou atenção.

Por diversas vezes tanto com a Sabrina quanto com a Indy, houveram corridas onde elas estavam inseguras ou não estavam indo bem.


Eu aconselhava para elas correrem para si mesmas, sorrirem dentro do capacete, não se cobrarem de forma tão forte mas sim pensarem de outra maneira. Quando estivesse faltando 3 voltas para não querer estar sempre em primeiro, porque na categoria mono-marcas quem está atrás na junção (curva em Interlagos que dá acesso a subida para a reta dos box) pode passar em primeiro na linha de chegada.


E quando eu fava esses “inputs” para os homens, na primeira acelerada o hormônio falava mais alto e eles já não lembravam de mais nada do que eu tinha falado (risos). Enfim, as meninas são melhores alunas. Ver a Sabrina começar na motovelocidade, ser campeã, depois passar para as 1000cc, subir no pódio, andar na minha frente nas 600cc, isso é muito bacana e engrandece o nosso trabalho. É demais ver o seu conhecimento e legado saindo da sua mão e indo para outras pessoas, e transformando a vida delas.


Esse acúmulo de conhecimento meu só aconteceu porque eu tive a oportunidade de estar na minha carreira com pessoas e profissionais fantásticos. Eu não sei dizer hoje nesse mundo da motovelocidade com quem que eu tenha me relacionado e não tenha aprendido alguma coisa. Aprendi com todo mundo que está lá, desde o ajudante do mecanico, até o Alexandre Barros. Todos me deram um pouquinho e eu fui absorvendo e guardando.


Em paralelo a isso, eu tive a oportunidade com patrocinadores de ser o primeiro a andar em novos equipamentos, como alguns tipos de pneus Michelin, de participar da tropicalização das motos Kawasaki com os engenheiros que vieram do Japão. Poder ter toda a bagagem fantástica dos engenheiros das petroleiras pelas quais eu já passei, aprender porque tais lubrificantes são feitos de tal jeito, os pneus idem, etc.


Na Michelin por exemplo, eu pude estar com o principal engenheiro dos pneus para motos do mundo. O francês já ficou aqui no Brasil por vários dias, e vem até hoje. E conversamos muito, falando sobre o desenvolvimento técnico, construção do pneu, etc.


Com tantas informações e conhecimentos que vamos adquirindo com esses caras, com pilotos internacionais que tenho a possibilidade de conversar, vamos juntando um quebra-cabeça que, por mais que se aprenda, sempre sabemos que faltam muitas peças, pois quanto mais descobertas, novas idéias vão surgindo e a necessidade de novas informações aparece, e vamos formando o quebra-cabeça juntando o melhor de cada profissional que voce cruza pela vida. Vira um verdadeiro mar de informações, que vou peneirando e depurando com o tempo e com a experiência e disso resulta o meu conhecimento.


Todos os dias estou aprendendo.






Superbikers – Dudu, o seu histórico de quedas em corridas é muito pequeno pois fica claro nos seus resultados e pontuações no campeonato, ano após ano. Qual o segredo para esse rendimento tão consistente e com pouquíssimas quedas/acidentes ?


Dudu Costa Neto - Eu acho que quem teve a oportunidade de andar em motos não tão evoluídas tecnicamente como eu tive, por exemplo começei na Copa Honda CB500, com chassi tubular, suspensão bi-choque praticamente sem regulagem nenhuma, carburador… enfim, era uma moto de corrida com 50 CV, quase 200kg e 50 malucos disputando cada palmo de curva, com pneus de rua, o disco de freio dianteiro era de um lado só, que empenava com uma ou duas corridas, então com 5 anos nessa categoria em todos os autódromos do país, trouxe muita experiência.


Aí quando voce vai para uma moto com chassi de alumínio, com eletrônica, com suspensão com tantas regulagens, mais a mola, um mar de opções, com um pneu que deixa voce colocar o “ombro no chão” e não desgruda, aí a sensibilidade é muito maior.


Cair com as motos modernas são mais difíceis de ocorrer para mim, porque o aprendizado com as motos básicas lá de trás. Voce fica mais malandro para perceber quando vai dar problema.

Talvez os meninos de hoje que já começaram em motos mais modernas, daqui 20 anos com toda a tecnologia que virá, certamente a sensibilidade deles será maior do que a geração futura, etc.


As motos de hoje são muito mais fortes e agressivas do que no passado, mas são muito mais sensíveis para deixarem voce perceber falta de aderência, deficiências, etc. Lá atrás o problema aparecia de uma hora pra outra, acabava nem dando tempo de perceber antes do efeito aparecer com força e te levar pro chão.






Superbikers – Se vc puder nos presentear com um dica para os novos pilotos que surgem para que sigam pilotando, competindo e se divertindo por muito tempo, qual dica ou quais dicas seriam ?


Dudu Costa Neto – Os pilotos precisam se preocupar muito mais quando estão sem capacete do que quando estão com capacete. Eu vejo muitos novos pilotos se preocupando muito mais com os resultados dentro da pista do que fora da pista.


O relacionamento é muito importante para fazer um piloto perdurar dentro do esporte a motor. Se voce não conseguir se relacionar com os seus patrocinadores e se não conseguir criar oportunidades no momento que estiver sem capacete, será difícil ter recursos para fazer o que precisa fazer com capacete.


A molecada é fera, tem condições de andar muito rapido e bem, mas acho que muitos esquecem em trabalhar a figura do piloto enquanto pessoa e isso precisa ser melhorado.


Em outros esportes isso é comprovado. Ser esportista de sucesso demanda ser um cara profissional fora da quadra, do campo, da pista. Precisa ficar esperto quando está sem capacete, com quem estão se relacionando, quem são os patrocinadores, quem está ali do lado só pra se aproveitar, quem está para realmente para levar pra frente, e traçar um caminho, ter um planejamento e segui-lo a risca. Não adianta ficar no ímpeto de que se ganhar uma corrida vai aparecer uma fada-madrinha e te dar um caminhão cheio de dinheiro para voce ficar famoso e andar no mundial.


Isso não vai acontecer, isso é ilusão, conto de fadas. O caminho é profissional. Tem que desenvolver o lado business, tudo é venda. Estão lá para fazer negócios, para se divertir, para criar oportunidades. Não é só correr e parar no box. Tem que contar como foi, as dificuldades, externar o mundo do esporte.


Tem que entender tecnicamente o que o seu patrocinador. Se ele fabrica iogurte, voce tem que aprender como é o iogurte melhor do que o gerente comercial dele. Assim voce será o braço de divulgação da empresa. Será os olhos da empresa para aquele universo do esporte e do publico onde voce está inserido.


O lado do marketing não pode ser esquecido. Ninguém patrocina um piloto só porque ele ganha corridas. Não é corrida de cavalos que voce aposta no jockey-club e pega seu dinheiro se ganhar. Não é um balcão de apostas. Então, atenção com a imagem, com a postura, com o marketing e com o profissionalismo garotada.






Superbikers – Qual o recado que voce dá para o pessoal que acelera forte nas ruas e estradas ?


Dudu Costa Neto - Quem acelera forte nas ruas está brincando do jeito errado. Está perdendo a oportunidade de realmente conhecer o que uma motocicleta pode trazer de emoção, prazer e diversão, além de estar se arriscando absurdamente.


Quem vai pra estrada andar forte, por mais que pense, não consegue aproveitar a moto e se expõe a um risco desnecessário.


Na minha cabeça a moto na estrada é moto turismo, é para voce fazer um passeio, uma viagem, curtir a paisagem, dentro do mínimo aceitável de segurança. Tem que se divertir claro, sentir a moto, mas não faz o menor sentido fazer uma curva com o joelho no chão na estrada. Se tiver um cachorro ou óleo na pista ou qualquer coisa, a curva dele vai terminar no cemitério. Então o risco não faz sentido, não haverá pódio, nada de troféu.


As pessoas tem que aproveitar a moto no lugar certo. Tem páginas nas redes sociais só para divulgar os Track-Days que vão acontecer no Brasil inteiro. Se diverte no lugar certo, com as pessoas que gostam da mesma coisa, com estrutura e segurança para te resgatar e ajudar no caso de problemas. Na estrada, dependendo de onde voce cair, pode ficar por horas esperando ajuda, tem várias estradas de gente que caiu em barranco e ficou horas ou dias esperando para ser encontrado com perna quebrada, etc.


Não tem cabimento, devem vir para a pista, com a devida segurança e proteção.





Superbikers – Quais seus equipamentos atuais (motocicleta, equipamentos de proteção, etc.) e marcas que gostaria de citar ?


Dudu Costa Neto - Eu uso capacetes Arai há quase 10 anos, e o Alexandre da UFX, que é o representante da marca Arai no Brasil acabou virando um grande amigo e eu brinco com ele que o dia que ele cortar meu patrocínio eu vou virar cliente dele. Eu não consigo usar outro capacete, porque voce aprende a gostar de coisa boa (risos).


As vezes eu vejo muitos pilotos usarem tal coisa por causa do patrocínio, as vezes nem olham direito porque estão ganhando e usam qualquer coisa. Eu nunca consegui defender nenhum produto que eu não acreditasse na qualidade e no desempenho daquilo.


É outra mania minha. Eu prefiro não ter um relacionamento comercial com uma empresa ou produto que eu não acredite e não consiga defender do que ter por causa de um benefício financeiro.


Arai é fantástico como equipamento e por isso estou com eles.


Uma experiencia fantástica estou tendo também com a Castrol. Eles têm produtos que estou usando e realmente percebendo diferenças na motocicleta de desempenho. É a primeira vez que uso esse tipo de produto específico e percebo essa diferença, e isso é muito legal.






Superbikers – Seus recados e mensagens finais Dudu ?


Dudu Costa Neto - A motocicleta me trouxe os meus melhores amigos. Acho que é minha obrigação zelar e cuidar deles muitas vezes antes deles serem meus amigos. Defendo sempre a moto como elemento para voce formar grandes amizades. Use a moto com sabedoria, sem ficar refém dos efeitos da adrenalina. A busca desmedida pela adrenalina acaba sendo perigosa.


Os melhores momentos com a motocicleta são aqueles que voce pode contar o que fez com ela depois que tira o capacete. Então ande de moto para no final voce sempre poder tirar seu capacete, e não o tirarem por voce.


Outro ponto interessante é que o mundo da motovelocidade está relacionado ao mercado das motocicletas, e diferente de outros países esse mercado aqui no Brasil é extremamente jovem. Eu tive a oportunidade de estar na Europa e ver senhoras de 60 anos de idade chegando com as suas motos para assistirem uma etapa do MotoGP. Coisa normal por lá. A gente ve e fica chocado com isso.


Mas daqui há 40 anos, as meninas que começam a andar agora aqui no Brasil também poderão chegar com as suas motos no autódromo para assistirem uma etapa do campeonato porque ela terá adotado a moto como transporte ou será uma apaixonada pelo universo das 2 rodas, ou ambos.


O segmento de motos em termos de mercado está muito atrasado aqui no Brasil, diferente da parte de competição que fica mais atualizada com o que rola lá fora. Então existe um buraco. Devemos olhar para esse buraco. E é justamente o esporte da motovelocidade que tem a função de multiplicar a informação, as formas corretas de andar de moto, etc. Nós desse universo da competição temos a obrigação e o dever de ensinarmos o mercado e todos que estão ingressando no mundo da moto, de esclarecer sobre o que é a motocicleta. Alertar que se não fizer direito machuca, que tem que usar uma luva, que o capacete tem que estar afivelado, etc.

É triste ver um jovem perder a vida numa marginal em São Paulo porque ele passou dos limites de velocidade na moto, ou estava sendo impetuoso demais ali, etc.


Mas é muito mais triste quando voce ve alguém morrendo porque o cara nem sabia afivelar o capacete, porque ele não sabia que precisava acionar o freio dianteiro junto com o traseiro, etc. E isso aconteceu porque não teve uma alma para ensiná-lo.


Hoje a indústria da habilitação acaba fazendo a pessoa aprender a tirar a habilitação mas não a andar de moto. O cara vai na auto-escola, a moto nem engatar todas as marchas engata porque eles travam para o cara não conseguir andar mais rapido, o cara faz aquele circuito ensaiado 10 vezes, faz a provinha e pronto.


Aí ele vai sentar numa moto e sair na marginal, com carros para todo o lado… o cara não tem o menor preparo para isso, então o mínimo que podemos fazer é tentar ensinar esse pessoal de alguma forma.


Várias vezes já parei em semáforo e falei para algum cara de moto: - O meu, põe uma luva cara, não anda sem luva porque se cair vai machucar as mãos e vai complicar a sua vida… ou então – O amigo, aperta mais essa fivela do capacete porque assim não vai adiantar nada se cair… E os caras aceitam, entendem, respondem e agradecem os avisos… pois muitas vezes são completamente ignorantes quanto a esses detalhes tão importantes.


Sei lá eu, mas se nessa minha vida entre palestras, avisos em semáforos, conversas, etc. se eu consegui fazer alguém se machucar menos ou salvar uma vida eu já muito feliz.


Se todos nós fizermos um pouquinho, teremos muito mais gente entrando nesse mercado de forma consciente e irão fomentar o esporte e as 2 rodas com muito mais saúde, satisfação e alegria. Ensinar é o caminho. Ensinar para calibrar pneus senão pode cair, que precisa fazer manutenção na moto para ela não quebrar, ensinar o básico. Os negligentes a gente fala mas no final depende deles. Mas tem muita gente, a maioria, que não fazem direito por ignorância, por não saberem porque ninguém ensinou.


Tenho a felicidade de poder fazer muito essa parte de educação. Palestras para meus patrocinadores, para a Castrol, Michelin, sempre entro nessa parte da educação básica. Por mais que sejam pessoas do mercado que podem ser vendedores em lojas de produtos de moto, proprietários de oficinas, lojas, etc., são pessoas que em sua grande maioria usam motos para se locomover, então eu sem gosto de falar um pouco do básico.


E por incrível que pareça, tem muita gente que trabalha nesse segmento e não sabe de muitas coisas que precisam ser feitas em termos de manutenção, prevenção, tabelas de custo de manutenção que provam ser mais barato usar produtos de qualidade na moto para ela durar mais e te dar mais segurança, etc., e a receptividade desse pessoal é incrível quando apresento tudo isso a eles. Eles ficam surpresos e felizes por estarem aprendendo a lidar corretamente com a motocicleta e atenderem melhor os seus consumidores, etc.


É muito gratificante e é um trabalho que eu não queria fazer sozinho. Quero continuar fazendo e também ver muito mais gente fazendo. Sou feliz hoje porque vejo que tem mais gente fazendo isso do que já 10 anos quando eu comecei essa parte das palestras, esse lado mais educacional que pratico. Mas tem espaço para muito mais gente continuar isso e desenvolver cada vez mais esse lado, tudo em nome do desenvolvimento e amadurecimento não só do esporte, mas principalmente do nosso mercado de motocicletas.


Essa é a minha mensagem.


Muito obrigado e um abração a todos.




Dudu Costa Neto.

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