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Superbikers Brasil - Em Foco - Piloto Henrique Poli

  • Edição e Imagens - Chris Fabbri | Consultor
  • 24 de jun. de 2016
  • 6 min de leitura

Piloto rápido e constante, presença recente nos finais de semana das corridas, ele chegou há pouco tempo no Campeonato Superbike Brasil, mas já coleciona alguns troféus e excelentes momentos inclusive neste ano, sem dúvida mérito da sua excelente performance e fortíssima dedicação.

Falamos com ele e convidamos vocês a curtirem um pouco da sua história e de sua visão na motovelô.


Com vocês, um cara da mais alta qualidade: Henrique Poli.




Superbikers - Olá Henrique, muito obrigado pela sua atenção conosco neste entrevista. Como a motocicleta entrou na sua vida ? Como tudo começou ?


Henrique Poli - Chris, em primeiro lugar te parabenizo pela iniciativa de criar esta revista e de dar oportunidade aos pilotos da motovelocidade para se apresentarem, contar histórias, opinar e divulgar seus trabalhos.


É motivo de satisfação e orgulho para mim estar aqui. Agradeço a oportunidade e fico contente por esse espaço prestigiar não apenas pilotos conhecidos e consagrados, mas também aqueles que estão começando.


As duas rodas entraram na minha vida no começo da adolescência. Ganhei uma Mobilette em 1989 quando tinha 11 anos de idade. Andava com ela o dia inteiro. Lembro-me das alegrias e amizades que ela me trouxe, lembro-me também do escapamento dimensionado, pneus argentinos, e outras coisas que colocávamos para fazê-las andarem mais.


Vendi a Mobilette porque a Polícia estava fazendo muitas apreensões no meu bairro. Além disso eu já tinha levado uns tombinhos que preocuparam minha família. Depois de ter vendido a Mobilette em 1992 fiquei longe das duas rodas por quase 20 anos. Em 2009 comecei a ter sonhos em que eu estava andando de moto.




Aquilo entrou na minha cabeça e eu acabei comprando uma Yamaha 250, pouco tempo depois a vendi e comprei uma Kawasaki Ninja ZX9 ano 1994 que tinha apenas 4.000km. Aí entrei num fórum na internet e comecei a fazer amizades e passeios.


Era um grupo enorme, mas logo começou a se separar, pois ao mesmo tempo em que tinha aqueles que queriam acelerar mais forte tinha também aqueles que queriam andar mais devagar e parar para comer a cada 20 minutos.


Antes que me pergunte, já adianto que eu pertencia ao primeiro grupo....rsrsrs. Comecei a preparar a ZX9 com quase tudo que tinha à disposição, mas ela estava muito defasada tecnologicamente e era um pouco difícil encontrar peças. Aí fiz um sacrifício, pois tinha acabado de me casar e comprar um apartamento, mas consegui adquirir uma Kawasaki Ninja ZX10R no começo de 2012.






Superbikers - Muito obrigado pelas palavras no início Henrique. É um prazer realizarmos esse projeto e sempre uma honra contar com a presença de voces, apoiando e contando um pouco das suas vidas, pensamentos, etc. Conta pra nós, em qual momento voce percebeu a vontade de competir e quais os passos que deu para que isso se realizasse ?


Henrique Poli - Comecei a andar com a ZX10R nas ruas e estradas e aos poucos minha pilotagem foi melhorando, fui pegando confiança e começando a abusar. Alguns amigos se acidentaram e eu comecei a perceber que aquilo não tinha futuro.


Ao mesmo tempo eu estava meio frustrado por não conseguir explorar o potencial da moto em função dos riscos que as ruas e estradas oferecem. No final de 2012 andei pela primeira vez em Interlagos. Foi uma experiência incrível que me fez perceber que eu não pilotava nada e que precisava melhorar muito em todos os fundamentos.


Aí fiz um curso de pilotagem e comecei a fazer track-days com maior frequência.





Superbikers - Interessante, quase todos os pilotos citam a grande diferença em pensar que como andam bem na estrada (ou pensam até aquele momento que realmente andam) percebem o quanto essa visão é equivocada quando chegam para acelerar pra valer num autódromo, checando tempo de volta, etc.. É uma colocação quase unânime entre os entrevistados até o momento. Mas afinal, quando e como você começou a andar pra valer nos autódromos ?


Henrique Poli - No início de 2014 eu já estava meio cansado de apenas fazer track-days. E eu estava andando menos nas ruas por causa dos assaltos e outros inconvenientes. Conversando com o Spiga, de quem sou muito amigo, resolvi montar minha moto para pista.


E ele se ofereceu para me acompanhar na etapa de abertura do Superbike Series que aconteceu em abril daquele ano. Ele assessorou a mim e a outros dois pilotos naquela etapa. Ele, que é de uma competência sem tamanho e sempre trabalhou com pilotos de ponta, foi muito generoso ao me acompanhar sem nunca ter me visto andar na pista.


Fiz a corrida e apresentei uma interessante evolução que me deixou animado. Aí percebi que queria mesmo aquilo. Comecei a investir na preparação da moto, em melhores equipamentos de segurança e na parte física.





Superbikers - Como voce vê a questão da preparação técnica, física e mental de um piloto de competição ?


Henrique Poli - Não existe a possibilidade de um piloto ser minimamente competitivo se não estiver preparado física e mentalmente para correr.


Foco, concentração e um bom condicionamento físico são essenciais para quem busca um bom desempenho. Depois que eu comecei a correr fui obrigado a melhorar minha parte física, pois me sentia cansado e ofegante depois de algumas poucas voltas e isso me fazia cometer erros.


Os erros às vezes fazem o piloto se desesperar para recuperar o tempo perdido e isso faz com que ele cometa novos erros, colocando a si mesmo e aos outros em risco. Em relação à preparação técnica, essa é mais difícil de se obter.


Um piloto tem que saber observar a si mesmo e aos demais para tentar extrair algo que possa ser útil à sua evolução. Para pilotos de ponta que tenham orçamento razoável o uso de telemetria traz enormes benefícios.


Mas infelizmente a realidade é bem diferente, pois a maioria dos pilotos faz enormes sacrifícios para estar nas pistas. O que temos na motovelocidade brasileira são custos elevados e falta de incentivo.






Superbikers - Quais seus planos e objetivos no(s) campeonato(s) que atua esse ano ?


Henrique Poli - Meu objetivo nesse ano é fazer todas as etapas do campeonato paulista do Superbike Series e mais uma ou outra prova que será realizada em outro Estado. Estou ansioso para conhecer a pista de Curvelo (MG).


Nesse ano, na Superbike Light, consegui subir ao pódio nas 2 etapas da Copa Pirelli, obtendo um 3º e um 4º lugar. Já na etapa de abertura do Superbike Series, apesar de ter largado em 4º lugar, não fui bem em função de problemas com os freios.


Temos pilotos muito competitivos na categoria, todos evoluem a cada etapa. Minha meta é ser regular e conseguir boas colocações ao longo do ano, de preferência alguns pódios, sempre evoluindo e melhorando meus tempos.






Superbikers - Qual o recado que voce dá para o pessoal que acelera forte nas estradas ?


Henrique Poli - É estupidez querer acelerar forte nas estradas. São inúmeros fatores que pesam contra. É óleo na pista, motoristas inábeis, bêbados, buracos, etc. Não é cabível a um “piloto de rua” se fazer de vítima quando se acidenta, pois na grande maioria dos casos um acidente poderia ser evitado se a velocidade fosse menor.


Infelizmente hoje em dia andar de moto esportiva nas ruas se tornou uma atividade de alto risco, pois se o sujeito anda devagar é assaltado, e se anda rápido corre o risco de se acidentar.


Além disso, é fácil observar que as autoridades estão fechando o cerco em cima dos “pilotos de rua” com multas pesadas e apreensões dos veículos. Quer acelerar forte? Vai pra pista!




Superbikers - Quais seus equipamentos atuais (motocicleta, proteção, etc.) / marcas que gostaria de citar aconselhamentos aos pilotos ?


Henrique Poli - Eu piloto a mesma Kawasaki Ninja ZX10R que eu havia comprado para andar na rua. É uma moto forte que possui uma boa ciclística, fácil de tocar.




O que poderia melhorar nela é o torque em baixas rotações. Em relação aos equipamentos de proteção, uso macacão Spidi, capacete Shark, botas e protetor de coluna Dainese, luvas Alpinestars.


Recomendo os equipamentos que uso e aconselho aos pilotos a não economizarem em equipamentos de proteção. Não precisa comprar o top do top, mas existe muita coisa de excelente qualidade a preços aceitáveis.






Superbikers - Henrique, espaço para suas observações finais, divulgações que quiser fazer, recados para os amigos e fãs, etc.



A realidade da motovelocidade no Brasil é difícil, faltam incentivos e patrocinadores. Infelizmente hoje só existe espaço para o futebol na mídia. Num cenário desses a revelação de talentos de torna complicada e improvável.


A quantidade de pistas só diminui e os custos para correr só aumentam, o que faz que inúmeros pilotos abandonem a motovelocidade a cada temporada.


Seria de grande valia se o Governo investisse na construção e reforma dos nossos autódromos e isentasse de impostos a compra dos equipamentos de proteção.


A motovelocidade precisa de mídia, pois é esta quem atrai patrocínios e incentivos.

Abraços a todos !

Henrique Poli

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