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Superbikers Brasil - Em Foco - Bruno Corano

  • Edição/Imagens - Chris Fabbri | Consultor Técnico
  • 7 de jul. de 2016
  • 25 min de leitura

E lá vamos nós para mais uma entrevista !


Dessa vez, com o grande Bruno Corano. Piloto, empresário, instrutor, colunista especializado e organizador do há muito tempo consagrado Superbike Brasil.


Chego à sede do Superbike, em São Paulo, e sou recebido pela querida Alessandra, que já me leva para cumprimentar as outras pessoas da equipe. Enquanto aguardo o Bruno, vejo as carretas sendo preparadas para o próximo compromisso, a imensa quantidade de equipamentos, materiais de estrutura, motos, caixas e mais caixas, pneus, etc.


Quando vemos tudo montado na pista, espalhado pelos espaços de Interlagos, não temos a noção correta da quantidade de material que deve ser arrumado, transportado, montado, mantido e gerenciado. É algo realmente impressionante!


Minutos depois chega o Bruno, com sua simpatia e educação de sempre. Fomos para uma sala de reuniões, onde pudemos passar algum tempo com tranquilidade para aquilo que seria mais uma grande aula para mim.


Então, com vocês, o metódico, exigente e perfeccionista (como se deve ser para ter sucesso), nosso querido amigo e piloto, Bruno Corano. Ele vai contar um pouco da sua história, muitos fatos e informações interessantes sobre sua trajetória no mundo da motovelocidade e do grande trabalho que desenvolve por trás das pistas, para que tudo funcione e para que tenhamos esse maravilhoso evento!

Superbikers - Bruno, como a motocicleta entrou na sua vida Bruno ? Como tudo começou ?



Bruno Corano - Bom, uma coisa interessante é que ninguém na minha família andava ou anda de moto. Acho que sempre tem muito isso, da influência familiar, do pai, etc, mas no meu caso isso não aconteceu.


As lembranças que eu tenho, e que a minha família confirma, é que ganhei um velotrol quando tinha uns 3, 4 anos. Eu adorava andar nele, então foi natural depois ir para a bicicleta, que se tornou meu brinquedo favorito. Primeiro com as famosas rodinhas de apoio para não tombar (risos), depois sem rodinhas.


Eu tenho uma irmã 5 anos mais velha e ela tinha uma mobilete (na época da modinha das mobiletes) então, ainda bem novinho, eu roubava a mobilete dela para dar umas voltas. Ela ficava brava mas não adiantava (risos). Foi aí que as motos entraram na minha vida. Eu acredito que tem uma conexão muito forte com a minha infância.


Com quase 15 anos, meu avô cometeu uma loucura: de forma quase inexplicável, me deu uma moto grande para eu andar na rua normalmente. Era uma Suzuki 750cc, “somente”… (risos). Mas naquela altura eu já estava acostumado a andar de moto, porque logo depois da fase da mobilete, meu avô tinha uma empresa onde os vigias tinham Honda CG125cc para fazerem a vistoria da área, e um dos seguranças me ensinou a cambiar e andar de moto numa CG da empresa.


Quando eu peguei a 750cc, logicamente eu não tinha noção da máquina, percebia que a moto era forte, mas como eu era cauteloso, nunca tive problemas pra valer. Foram vários “quase” problemas, ou “quase” quedas, mas nunca nada sério. Mas é importante dizer que era outra época, o trânsito era menos violento e não existia a preocupação com a segurança que, felizmente, existe hoje.




Então, ainda bem novo, já andava de moto grande na rua mas não ia pra pista nem nada disso. Daí quando fui morar fora do Brasil para estudar (Pensilvânia, EUA), rapidamente comprei uma moto lá, pois já era um apaixonado por motos. Mas na segunda vez em que saí com a moto, fui parado pela polícia. Como eu estava 50% acima do limite de velocidade da estrada, não foi uma simples multa...


Lá dá processo, fui para a corte, tendo que responder a uma espécie de processo-crime. Nesse momento caiu a ficha e eu percebi que não estava no Brasil. Quase perdi a habilitação e lá não daria para andar sem ela. Aí, a decisão foi procurar um lugar legal para andar. Foi assim que descobri os Track Days, que lá fora já eram muito comuns naquela época, uns 15 anos atrás, e aqui nem existia ainda.






Superbikers - Em qual momento você sentiu vontade de competir e quais os passos que deu para isso?


Bruno Corano - Ah, isso aconteceu muito tarde mas eu sempre gostei de competir. Desde criança jogo tênis competitivo. Levava o tênis muito a sério e competia sempre. Não só o tênis, mas competia em tudo, na natação, no basquete, etc.


Mas a moto era só uma emoção pessoal, particular. Mesmo quando eu participava dos Track Days, até tinha um pouco do instinto competitivo, de querer andar mais rápido que o outro, mas eu estava muito focado nos meus estudos e na minha profissão e jamais pensava em misturar as coisas. Tanto que nessa época também fui deixando o tênis de competição, por ter certeza de que não seria daquilo que iria viver.


Quando eu voltei para o Brasil, a Federação tinha um treino toda segunda-feira, meio período, em Interlagos. Não era bem um Track Day, já que custava uns R$ 30, não tinha nem ambulância, e apareciam umas 2 ou 3 motos… não tinha praticamente ninguém!




Mas como eu queria andar na pista, porque a essa altura tinha me acostumado a andar em pista lá fora, comecei a ir nesse treino, mesmo sendo o único com uma moto de rua, com farol e tal… o resto do pessoal tinha moto de pista.


Um dia me lembro de estar com o Cerciari, o Gilson e mais alguém… ah, sim, o Baratinha, piloto da Vaz que na época eu nem conhecia mas tempos depois se tornou meu melhor amigo nesse universo das 2 rodas. Nesse treino eu percebi que eu não andava nada porque os caras de 600cc passavam por mim voando. Então me deu vontade de melhorar, pois percebi que eu era um mané (risos). Mas ainda não tinha dado vontade de competir.


Fui fazer vários cursos no Brasil e mundo afora, comprei uma moto de corrida para poder brincar com uma moto efetivamente feita para a pista, fiz os cursos, treinei com ela e quando resolvi fazer uma corridinha para experimentar adorei!


A moto era do Pierre Chofard, uma Honda CBR 600RR que comprei pronta no final da temporada. Quem cuidava dela era o Santo Feltrin. Peguei com ele lá na oficina da Santo Amaro. Foi a minha primeira moto de corrida, foi com ela que comecei.







Superbikers - Quando e como começou a andar pra valer nos autódromos ?


Bruno Corano - Comecei no momento da compra da moto de corrida e não parei mais. Nos primeiros anos eu treinava muito, me empenhava muito. No começo era um cara muito lento, sem noção, como acontece com todos que começam.


Ninguém chega e sai detonando na pista rapidamente. Um ou outro amadurece muito rápido mas, no geral, é um negócio que leva anos para amadurecer e render forte. Como eu pratico outras modalidades e sou meio aficionado por esporte e competição, acredito que leva uns 7 anos para um cara amadurecer seja no que for.


Se eu pegar um cara para transformá-lo em tenista, são 7 anos para ele começar a ter nível. Lutador idem… Eu andava de moto desde criança e acabei evoluindo rápido na pista. Mas tem uma diferença. Amadurecer para competição leva tempo.






Superbikers - Qual o pódio mais especial, e quais foram os momentos mais difíceis e desafiadores ?


Bruno Corano - Difícil lembrar porque cada corrida tem uma história e um sentimento. Mas tem uma delas que foi bem diferente. Faltavam 2 etapas para terminar o campeonato. Era uma corrida no Rio de Janeiro, eu liderava o campeonato com 1 ou 2 pontos de vantagem, e a etapa final seria em São Paulo.


Era determinante que eu conseguisse ir bem nessa prova do Rio para na última etapa não precisar contar com um mau resultado do meu adversário, que era o Pierre Chofard. Eu queria ir para a última etapa dependendo apenas de mim, do meu trabalho e performance, e não ter que torcer para ele ir mal.


Isso foi em 2009, e talvez em função dessa pressão, eu estava andando muito mal nos treinos. Meus piores tempos durante a temporada toda me colocavam na terceira posição, mas justo naquela etapa decisiva eu larguei em oitavo. Uma coisa terrível.


Eu estava muito preocupado e desanimado. No domingo estava um dia muito quente, muito sol, a programação atrasou muito. Eu estava com receio, inseguro. Se eu terminasse em 5o. estava lascado porque na última etapa, mesmo que eu ganhasse, teria que torcer para ele chegar de 4o. pra trás.


Resumindo, ante a toda essa situação, eu talvez tenha feito a melhor corrida da minha vida. Eu consegui ganhar uma corrida super disputada e emocionante. Foi uma sensação muito gostosa, principalmente por eu saber que tinha me superado.


“A grande satisfação vem quando você vence você mesmo”


O momento mais difícil… na verdade, foram dois…

Talvez o momento atual, de lidar com o fato de eu não ser mais o cara que ganha tudo.

Eu converso com outros atletas de outras modalidades que também estão nesse momento.


Falei recentemente com o Cielo (César Cielo, o maior nome da natação nacional, campeão mundial e medalhista de ouro olímpico com diversos títulos internacionais) e com o Gustavo Borges (igualmente medalhista olímpico e maior número de medalhas em Pan-Americanos na natação, além de campeão e recordista mundial). É importante falar com os caras que por uma fase foram referência e depois não ganharam tudo com facilidade.


Aprender a lidar com isso não é fácil. Ninguém se mantém no topo para sempre. Os fãs e apaixonados pelo esporte querem saber quem é o cara do momento. Claro, ninguém esquece aquilo que você fez mas, enfim, temos que aprender a gerenciar isso com tranquilidade.


Houve uma outra vez em que me machuquei muito e recuperação de lesão é sempre muito chato, especialmente para caras que são muito ativos como eu, que gosto de nadar e treinar todos os dias.


Quando você se vê numa cama, com movimentos limitados, é algo bem complicado, que requer um exercício mental, emocional e uma paciência bem grande! Até que eu me saí bem. Foi bem chato, mas faz parte.






Superbikers - Como voce vê a questão da preparação técnica, física e mental de um piloto de competição e qual a importância que essas variáveis têm para a evolução da performance (e até mesmo da segurança) de um piloto?


Bruno Corano - Esses são os fatores determinantes. É a preparação que faz um atleta.

Ele precisa ter essa combinação de condicionamento físico, técnico e mental / emocional. E eu sempre ressalto que acho o mental / emocional o mais forte, porque ele é o “drive” de toda essa história, é ele que guia tudo isso.


Se mentalmente você está muito obstinado, focado e motivado, você vai se dedicar ao seu condicionamento físico e estará focado, refletindo e trabalhando na questão técnica. Isso é determinante em qualquer esporte. Na motovelocidade isso fica muito visível porque tem dois ingredientes marcantes: é um esporte individual. Antes de sentar na moto você tem seu time e é um trabalho de equipe, mas na hora que você está na moto, quando a luz apaga, é só você e ela.


Outro ingrediente determinante é que envolve risco. Se comparamos com o tênis, por exemplo, que é um esporte mental mas não tem risco, posso tropeçar, levar uma bolada, e é isso. Não há a pressão mental com relação ao risco. Na moto o risco é enorme. Posso me machucar seriamente ou até mesmo morrer, e nós temos o instinto natural de sobrevivência.


Então, saber lidar com isso é bem delicado e envolve competências emocionais. Acho que hoje os pilotos de ponta são muito bem condicionados nessas 3 competências (física, técnica e mental/emocional). São todos muito bons nisso.






Superbikers - Todos vemos na TV por exemplo no campeonato mundial, vários pilotos terem rituais antes de subir na moto. Você tem algum ritual? E o que ele representa pra voce ?


Bruno Corano - Não tenho nada. Nenhum. Nunca tive. Não tenho um padrão.


Às vezes gosto de estar com um amigo, às vezes ouvindo música... Eu até acho, e falo isso sem querer ser polêmico, que alguns até meio que encenam algo… chega até a ser meio ridículo (risos).


O Valentino (Rossi, piloto italiano) sai do box e puxa a cueca da bunda. Aí tem o cara que começou a andar de moto agora, sai do box e faz igual (risos). Ele viu e copia. Deve ser estilo, cenografia, algo assim… Acho eu, né ? (risos)





Superbikers - Você tem uma grande experiência em corridas em diversas pistas no Brasil e no exterior. Qual o circuito que mais te encantou ou te deixou emocionado e por quê? Qual curva no Brasil que mais te instiga a acelerar, que você sente a moto "na mão" nessa curva e que tua confiança é diferenciada nela?



Bruno Corano - Na minha busca por aprimoramento nos anos de 2007, 2008 e 2009 eu corri nos campeonatos Italiano, Português, Espanhol e Americano, e algumas etapas do Britânico.


Em todos eles eu nunca consegui fazer o campeonato inteiro, mas fiz muitas etapas e com isso acabei conhecendo muitas pistas. E as pistas lá fora são sempre muito legais, o asfalto é sempre muito bom, e cada uma tem características marcantes. Eu poderia te dizer que Portimão (Autódromo Internacional do Algarve, Portimão / Portugal) certamente é a pista mais maluca, psicodélica, difícil e fora da realidade que eu já andei. Parece uma montanha-russa.


Mas eu nunca tive a oportunidade de me aprimorar e andar bem lá, justamente por ser muito difícil e eu sou um cara que, de certa forma, amadureço lentamente em circuitos que não conheço. Por ser muito cauteloso, diferente de vários que chegam e pegam a pista muito rápido, eu costumo demorar mais.


Talvez por eu conhecer muito bem, eu acho uma pista em Birmingham no Alabama, EUA, chamada Barber Motorsports (https://www.barbermotorsports.com/moto-america.php) senão o melhor, um dos melhores circuitos do mundo. Lá não tem prova de mundial nem nada disso, mas é maravilhosa.


Foto - Circuito de Barber Motorsports / Alabama-EUA


Recentemente fui para Aragon, na Espanha. Não conhecia e achei um lugar fantástico também. Existem muitas pistas maravilhosas, e tem outras que eu ainda não andei e que falam muito bem, como o Circuito das Américas, no Texas, EUA.


Falando da realidade Brasil, não pela moto estar na mão, mas por ser um lugar onde você decide corrida, de altíssima velocidade, um lugar perigoso, eu acho a Curva do Café (Interlagos / SP), sensacional. Eu já ganhei muitas corridas ali, passando o adversário na última volta. E é aceleração pura, é cego, inclinado, não existe tolerância. Errou, dá na parede.


Então com essa combinação de fatores e por ser a minha casa, pois nasci em SP, é certamente em Interlagos onde mais andei na vida e eu diria que aquela é “A Curva”!






Superbikers - Uma curiosidade…O quanto ali no Café (e em outros locais igualmente perigosos) é maluquice ou insanidade Bruno ?


Bruno Corano - Eu não sei se é maluquice ou insanidade, mas é um grau de ousadia e de falta de ponderação… Até onde eu sou louco? Não me acho nem um pouco, ainda mais eu que sou um cara super careta e sempre fui um “nerd” estudioso…


Não tenho nenhum perfil de louco. Mas é isso que as pessoas acham, que o cara para correr de moto tem que ser louco, mas, na verdade, ele tem que ser muito mais calculista, frio e obstinado.


Talvez ele não consiga manter esses valores por muitos anos, mas eu acho que esses são os valores. E isso tem que combinar com algum outro ingrediente que eu também não sei se a palavra certa é coragem ou se é a falta de uma certa preocupação pela própria vida ou… é quase que uma pergunta que eu não tenho a resposta.


Talvez seja a vontade de se sentir vivo e para isso a pessoa faz questão de entrar em contato com o perigo. Se você me perguntar: "Você gosta de entrar em contato com o perigo para se sentir vivo"? - Acho que sim. "Você não se importa se morrer por isso"? Acho que não.


Bem, isso seria um papo muito profundo...





Superbikers - E esse tipo de pensamento incomoda um piloto Bruno ?


Bruno Corano - Não, não incomoda… Traduzindo: você tem medo de andar de moto? Sim, tenho. E acho que é por isso que é gostoso. Se eu não tivesse medo, não seria gostoso. Esse medo me bloqueia? Hoje, no momento atual, bloqueia mais do que anos atrás...

Medo é um ingrediente bem complexo. Quando eu falei anteriormente sobre “risco”, o risco é o medo. É um ingrediente interessante, é algo que nos move porque também nos dá prazer.





Superbikers - Bruno, todos sabem da relação forte que você tem com a formação de pilotos e bons motociclistas, através da sua escola de pilotagem, a MotoSchool, que já está há anos no mercado. Qual a sensação de ver todo esse trabalho e saber que muitos pilotos que estiveram nos seus cursos hoje aceleram forte nas competições, sendo alguns lado a lado com você na pista e em posições de ponta em suas respectivas categorias dentro do Superbike Brasil ?



Bruno Corano - Eu me sinto feliz, satisfeito e realizado. Acho que quando decidi abrir a escola, foi por um simples motivo: lá atrás eu não sabia nada e tentei me aprimorar. As opções que eu encontrei aqui na época eram lamentáveis. Te diziam que você tinha que fazer tal coisa mas não tinha fundamento e amparo nenhum. Tipo: - Freia assim… - Ok, mas por que frear assim ? - Ah, é porque é assim que se freia. - Mas por que é assim ? - Ah porque eu ando pra car**** então é assim que você tem que fazer.


A explicação era estranha para um cara racional como eu. A partir daí, fui me especializar, melhorei muito e percebi que existia uma carência enorme aqui no Brasil. E quando eu decidi começar a ministrar foi mais pela paixão. Depois descobri o quanto era gostoso ajudar as pessoas a curtirem mais as motos, andarem melhor e com mais segurança e não me incomoda em nada quando os próprios alunos evoluem e andam melhor ou até mais que eu neste momento. Acho isso muito bacana e acho que é mérito de cada um.


Mais de 60% dos pilotos em atividade atualmente foram meus alunos, e isso é bem bacana. Mostra que conseguimos fomentar uma quantidade enorme de praticantes que não existia. Ressaltando um deles mais pelo carisma e pela popularidade, que foi treinado por mim, que é o José Luiz Teixeira / o Cachorrão.


Eu ministro um curso que não é baseado no meu conhecimento, mas sim baseado numa metodologia licenciada e tida como um dos melhores treinamentos, com as melhores técnicas de pilotagem do mundo. Seria como a Harvard da pilotagem. É uma metodologia usada por outras 5 escolas no mundo, também tidas como as melhores e de onde saem os melhores pilotos. Do Valentino ao próprio Marques todos eles passaram por escolas que usam a mesma metodologia que eu aplico no Brasil com exclusividade.



Foto - Briefing com os pilotos do Superbike Brasil



Superbikers - Bruno, o seu histórico de quedas em corridas é muito pequeno. Isso fica claro nos seus resultados e pontuações no campeonato, ano após ano. Qual o segredo para esse rendimento tão consistente e com pouquíssimas quedas/acidentes ?


Bruno Corano - Eu acho que é uma combinação das competências iniciais que você ressaltou. Se o cara é técnico, ele sabe o que está fazendo e sabe sentir até onde dá pra ir e até onde ele está assumindo o risco.


Se ele é emocionalmente controlado não vai permitir que as emoções o dominem nem por um milissegundo, e se ele tem condicionamento físico a ponto de não se cansar, ele vai conseguir fazer as escolhas de como quer conduzir uma corrida.


Eu sempre entendi o seguinte: que nos treinos a gente assume todos os riscos e na corrida você vai realizar aquilo que foi capaz de desenvolver nos treinos. Às vezes você pode na corrida fazer uma volta ainda mais rápida porque acertou um determinado trecho, ou foi no embalo de um “pega”, de uma disputa.


Mas, essencialmente, um cara que em Interlagos, nos treinos, está virando 1:45, não vai virar 1:40 na corrida. Na corrida você confirma o que foi capaz de fazer nos treinos. Você pode até progredir, mas o que quero dizer é que você não vai se transformar. Quem está largando em 30o. não será o vencedor da corrida, tirando obviamente uma situação de um cara que é piloto de ponta e foi punido, por isso está lá atrás.


Não há como se transformar instantaneamente. Eu sempre corri muito focado em ser regular, intenso, e sempre caí pouco até nos treinos. Mas se é pra arriscar, é nos treinos que arrisco. Em mais de 12 anos de corridas, tenho medo de falar besteira, mas quase certeza que eu caí duas vezes, e ambas com piso molhado, onde o risco é muito maior.


Isso no Brasil. Lá fora eu caí mais vezes em corridas porque lá eu encarava as corridas como treino então eu ia com outra aspiração. Com mais indiferença em relação ao resultado. Como aqui no Brasil eu sempre competi visando cumprir o calendário inteiro, nas corridas eu nunca fui para o tudo ou nada.


E quando eu fui, numa dessas provas, na chuva, faltando 2 voltas em 4o. lugar, passei todo mundo, assumi a ponta e resolvi abrir um pouquinho do pelotão, aí caí. Fui para o tudo ou nada, caí, e fiquei com nada. Ou fiquei com tudo, porque aquilo foi um tremendo aprendizado.



Foto - Bruno Corano não tem descanso no comando do Superbike Brasil. Durante as etapas quando não está acelerando na pista fica ligado em cada detalhe para que tudo aconteça da forma mais perfeita possível.



Superbikers - Você esperava, num ano de crise na economia do país, ver o campeonato bombar da forma que está, com tantos pilotos em todos os grids das diversas categorias? E qual o segredo em ter de forma tão rápida uma equipe que consiga dar vazão na parte de organização, logística, etc. a um aumento de demanda tão intenso num espaço de tempo tão curto ?


Bruno Corano - Bom, a motovelocidade vem crescendo, eu acho que parte em função das escolas. Tudo bem, somos líderes com a MotoSchool, mas tem outros caras atuando e que estão alimentando o mercado.


O piloto de amanhã é o aluno de hoje. Nesse modelo, nós atingimos o ápice em termos de quantidade de pilotos e público em 2014. Em 2015, em razão da economia mas muito em razão de nós não termos muitas datas em Interlagos, o campeonato teve uma retração em quantidade de pilotos, etc, porque tínhamos que fazer corridas em outros locais e a grande verdade é que a imensa maioria dos caras que correm são da região Sudeste.


Você fala pra eles que devem ir para o Sul, Paraná, etc. e muitos não vão porque encaram isso como lazer. São amadores que não querem o perrengue de ir, por exemplo, para Cascavel que é um lugar de acesso mais difícil em função da distância, etc. O cara não quer isso, ele quer sair de Interlagos para ir andar na Cidade Jardim.


Ele não quer sentir essa coisa chata que é a falta de estrutura que o país oferece. Esse ano de 2016 se apresentou com Interlagos voltando com um calendário intenso e sabíamos que isso seria determinante, mesmo sem box. É melhor Interlagos sem box do que Cascavel com box, conforme explicado acima em função da distância, locomoção de estrutura, etc..


Estou mencionando Cascavel mas poderia ser outra pista, nada contra Cascavel e sem querer polemica alguma, sendo apenas um exemplo. Com a crise, embora acentuada, nós enxergávamos que havia uma demanda reprimida que faria com que a crise não impactasse significativamente na quantidade de participantes. Além disso nós já vínhamos tentando comprar o campeonato concorrente há 3 anos e essas negociações não estavam dando certo. Como a coisa não andava, num movimento estratégico, eu resolvi então partir pra cima de alguns ativos daquele evento.




Patrocínio já não existia porque lá, enquanto estavam com uma marca de pneus, eu estava com a marca líder. Outro patrocinador era uma petroleira e do nosso lado temos a marca líder de lubrificantes e a maior petroleira do mundo, que é a Exxon Mobil, então nesse tipo de ativo, não tínhamos o que mexer.


Mas um ativo interessante eram alguns players (participantes). Aí, numa conversa que já vinha acontecendo nos últimos dois anos, acertamos com o Alexandre Barros para que ele trouxesse as equipes dele. Acho que foi uma movimentação importante porque ele é o cara que criou o outro evento, além de ser o embaixador da motovelocidade e uma referência nesse meio.


Sempre tentaram nos atingir dizendo que o nosso campeonato não era tão sério, etc. Bobeiras que não procedem porque jamais as principais fábricas colocariam dinheiro num negócio que não é sério. De qualquer forma, a saída do Alexandre talvez tenha sido mais um ingrediente determinante que levou o concorrente a não conseguir seguir com suas atividades. E isso acabou por trazer muitos pilotos para o nosso campeonato.


Então, contamos com o fato de Interlagos voltar ao calendário, nossa movimentação estratégica fechando alguns acordos que talvez tenham sido determinantes para o encerramento do outro evento, e aí consequentemente todas as pessoas que sempre nos criticaram, nos atacaram e etc. (e isso faz parte dos negócios, sem ter nada no plano pessoal), hoje são nossos clientes novamente. E são muito bem vindos.


Então acho que faz parte do jogo e é interessante para as pessoas entenderem que o mundo gira, dá voltas e a gente nunca sabe o dia de amanhã, como eu também não sei o dia de amanhã do Superbike. Espero que sejam os melhores possíveis e a gente vai trabalhar pra isso.


Quanto a nossa equipe do Superbike que você mencionou na pergunta, da mesma forma que eu tenho uma relação muito estável, em todos os sentidos com meus patrocinadores pois quem me acompanha correndo são sempre os mesmos patrocinadores, é a mesma coisa no evento.


Eu tento cultivar a mesma relação com a minha equipe, então as pessoas chave e líderes estão no negócio há anos, e vêm se desenvolvendo e se aprimorando. É um trabalho constante e estamos longe da perfeição, se é que se chega nela, pois perfeição é algo subjetivo, mas são eles que fazem isso acontecer e vão correspondendo.


E é claro que os desafios vão mudando. O crescimento e a exigência vão demandando mudanças e vamos correndo atrás. Acho que o mérito pelas coisas funcionarem hoje é totalmente do meu time. Eu sou um cara que sento aqui, direciono, transmito minhas idéias, mas pouco executo. Então o mérito é total deles.





Superbikers - Bruno, onde tem mais stress ? O lado empresário/organizador ou o lado piloto/atleta ?


Bruno Corano - Certamente é disparado o lado organizador, por um simples motivo: eu atuo em outros setores, e sem entrar em detalhes, eu vou lá e consigo superar um concorrente em alguma coisa. Aquilo é tratado de uma forma absolutamente profissional. Ninguém entra numa mídia social e me xinga.


Esse esporte, esse universo das 2 rodas, tem um lado muito curioso. Tem um lado passional e traz alguns aspectos muito ruins do ser humano, que são a vaidade, a auto-afirmação, o status… valores péssimos. A combinação disso faz com que eu tenha que lidar com muitos ataques pessoais, que é um negócio desagradável porque às vezes sou obrigado a tomar decisões no plano gerencial que eu sei que irá interferir em muita gente mas são decisões absolutamente de gestão e por isso constantemente sou atacado.


Não só em Facebook mas o que você imaginar já aconteceu. Já riscaram meu carro, rasgaram pneu da carreta, me denunciaram na Polícia Federal…


Nada de fato me atinge porque se você faz tudo correto, está blindado. Então, como a minha vida é absolutamente correta em todos os planos, essas coisas apenas me cansam, mas no final nada acontece porque não tem nada de errado.


Então é isso, o lado organizador… e eu tenho uma personalidade bem forte no sentido de ser muito claro, e as pessoas não estão acostumadas com isso. Talvez faça parte de nossa cultura a falta de objetividade e das pessoas terem um certo grau de dissimulação.


Eu fui criado pelos meus avós e meu avô era alemão, além de ter morado muito tempo fora. Então é meio que um choque cultural mesmo. Eu me comporto de uma forma que as pessoas estranham.


Por exemplo, vou fazer uma brincadeira que é real. Eu não tenho hábito de dizer “Oi” para as pessoas, especialmente se elas estão trabalhando. Fui criado de uma forma que fazer isso é como se eu estivesse atrapalhando a pessoa, justamente porque ela está trabalhando.


Quem não me conhece vai pensar que sou sem educação ou as estou ignorando, e não é nada disso. Hoje eu chego no escritório do Superbike onde trabalham mais de 20 pessoas, e elas já estão acostumadas comigo. Sabem que eu não vou falar “oi” e sabem que não tem nada de errado nisso.


Eles, com o passar do tempo, entenderam que é o contrário. Imagina se cada um dos 20 que entram na sala falar “Oi” para os outros? A coisa vira um caos… É igual no autódromo. Você está no Box 1, passam 200 pilotos e os 200 querem te falar “oi”, você não consegue fazer nada, não trabalha (risos de ambos)…


Superbikers - Se vc puder nos presentear com um dica para os novos pilotos para que sigam pilotando, competindo e se divertindo por muito tempo, qual dica seria?


Bruno Corano - Primeiro que eles não sejam afoitos, porque o cara que tenta evoluir com muita pressa acaba pagando caro. Cai muito, gasta muito dinheiro, vai desanimando e o mais importante, se machuca.


E quando ele se machuca geralmente surge a pressão da família, da esposa, da mãe, etc. Então tem que entender que deve ir aos poucos, não tentar ir na marra porque a coisa nesse esporte não é na porrada, porque assim não dá certo.


O outro aspecto é ser muito cuidadoso e não querer entrar em categorias muito caras, além do que bolso permite. Se você for milionário, tudo bem, vai na Superbike (1000cc) porque você não tem problema de gastar. Mas se você tem outras prioridades, está formando família, vai comprar seu apartamento, etc, aí não adianta querer correr numa categoria caríssima e aquilo se transformar num problema.


Eu tenho um grande amigo, um dos meus melhores amigos, que começou a correr há uns 10 anos. Ele trabalhava no Santander e corria numa categoria de baixa cilindrada. Daí passou para a média cilindrada e neste mesma época veio casamento, apartamento, etc. Eu fui o primeiro a dizer para ele correr numa moto pequenininha para as corridas não pesarem no bolso, ou até mesmo parar, porque isso é algo que deve ser um prazer, uma diversão, e não virar um problema.


Por ultimo, já não é dica… é muito de sentir. Quem gosta disso pra valer, corre! E vai correr quantos anos puder, como no meu caso. Independentemente de ser o organizador e tal, eu não me vejo parando, não sei nem como vai ser… Nem que eu ande em último, como uma lesma, e tenha cinquenta e tantos anos ou mais, eu vou estar lá me divertindo.


Óbvio que vai chegar uma hora que as condições não irão mais permitir… Ontem eu estava dando aula no Velo Cittá e tinha um amigo, ex-aluno, que está lá todo mês, ele tem 72 anos e anda direitinho.


São casos admiráveis! Ele curte a vida. Filhos criados, é um empresário bem sucedido, um cara super educado, que não vai lá pra querer ralar com a molecada mas sim para se satisfazer. Eu acho isso o exemplo do sucesso.





Superbikers - Qual o recado que voce dá para o pessoal que acelera forte nas ruas e estradas ?


Bruno Corano - Que eles tenham a consciência que é uma questão de tempo para que sofram um acidente sério ou até não estejam mais por aqui. É uma questão estatística, questão de tempo mesmo.


Eu vim das ruas. Fazia tudo que era errado e percebi que se eu não parasse, ia morrer. Assim como o Cachorrão, que eu mencionei como ex-aluno. Então acho que dentro do possível, das possibilidades financeiras, que a pessoa tente migrar para as pistas porque são os locais adequados para acelerar em todos os sentidos, desde a auto-preservação, até para não colocar outros em risco e não fazer algo ilícito.


Querendo, eu tenho certeza que o bolso consegue se adequar. Se você tem uma 1000cc na rua e fala que a taxa do Track Day é cara, talvez uma 500cc se adeque melhor ao seu bolso. Não será uma 1000cc, mas a 500cc na pista vai te dar muito mais emoção e prazer do que a 1000cc na rua, porque na pista as pessoas andam num ritmo muito mais forte do que você imagina.


É algo muito particular fazer essa migração de rua para a pista, até porque a rua traz um lado social muito bacana. Você sai com os amigos, almoça e tal, mas na pista também dá para construir esse mesmo relacionamento, ou até melhor. É uma questão de dar a chance de conhecer esse outro mundo (das pistas), nem que seja por um tempo.






Superbikers - Quais seus equipamentos atuais (motocicleta, equipamentos de proteção, etc.) e marcas que gostaria de citar ?


Bruno Corano - Depois de muitos anos e sem querer ser prepotente de forma alguma, eu consegui construir uma imagem de ser a pessoa com maior visibilidade para o motociclista de alta cilindrada de rua.


Assim como o Amyr Klink está para a navegação, eu estou para o motociclismo. A imensa maior parte dos motociclistas quando pensam em qual moto usar, eles credibilizam o que eu digo e pensam que se eu uso é porque é boa.Acho que isso é fruto de um histórico, claro, com aparições na TV, escrevo colunas, muitos alunos (mais de 10 mil), sendo que a segunda escola do mercado mal passou de mil.


A diferença de escala é muito grande. Tudo isso traz uma visibilidade grande mas acho também que é reflexo da minha personalidade. Quando comecei a correr na primeira equipe profissional que participei, que era uma equipe Petrobras, eu tinha que usar Arlen Ness como macacão e uma vez fui dar uma palestra na MotoStore, que é uma loja parceira minha aqui em São Paulo (isso lá em 2006), e falei "macacão bom é aquilo…"


Até que um cara falou: Qual você usa ? Respondi – Arlen Ness.

E o cara: Mas por quê?

Respondi – Porque sou patrocinado por eles.

Aí o cara: E o que você acha dele ?

Mandei a resposta– Acho ele uma porcaria…


E estavam gravando, foi parar em algo tipo Youtube e tal… e fui demitido da Arlen Ness (muitos risos)… Bom, como eu estava demitido da Arlen e não tinha mais macacão, eu pensei: bom, se vou ter que comprar, vou comprar Alpinestars que é o melhor, o top.


Não tive dúvidas, bati na porta da Alpinestars e falei que queria usar o macacão deles, me dando apoio ou não, eu vou comprar, mas quero mostrar pra vocês que podemos fazer um trabalho juntos. E foi assim que até hoje sou o único piloto patrocinado pela Alpinestars na América Latina.


Esse mesmo modelo do exemplo acima eu passei a adotar para outros aspectos. Eu corri mais de 5 anos com Suzuki na época em que era a moto top, ganhando mundial de Superbikes. Eu escolhi e fui correr de Suzuki. Mas as coisas são cíclicas e a Suzuki foi ficando obsoleta e eu resolvi mudar para Kawasaki, que é a moto do mundial de Superbikes do momento.


Então uso hoje Kawasaki com a equipe oficial de fábrica, onde o meu engenheiro é o engenheiro do Jonathan Rea. Ele fala comigo no Whatsapp, o Paolo Marchetti, que vem para o Brasil e dorme na minha casa.


Sou piloto de testes da Pirelli e uso equipamentos técnicos desde suspensão Ohlins, freios Brembo, utilizo macacão, botas, luvas e protetor de coluna da Alpinestars e capacetes Shark.





Superbikers - Suas observações finais Bruno.


Bruno Corano - Eu como atleta estou numa fase muito importante porque sou o único a ter 3 títulos e o maior número de vitórias e poles. Mas, apesar disso, não consigo ter muito claro o que irei fazer daqui pra frente porque hoje está muito difícil conciliar o meu momento de vida, todas as outras obrigações que tenho, e ainda focar em ser piloto.


Eu pretendo continuar correndo mas não sei mais o quanto serei capaz de voltar a ser competitivo, isso hoje para mim é uma incógnita. E aí, nos tais facebooks da vida, que na minha opinião muitas pessoas ainda não aprenderam a usar pois se agridem desnecessariamente, eu acabo recebendo críticas e acho que elas são válidas. Mas acho importante enxergarem que por trás de um atleta existe um ser humano. As pessoas oscilam e cada um tem seu momento. Enfim, isso é um esclarecimento e não uma desculpa.


Quero agradecer muito os meus fãs e toda a galera que me segue nas mídias sociais. São mais de 300 mil na minha FanPage do Facebook (www.facebook.com/BrunoCorano/) por exemplo, conquistados espontaneamente.


Quero mostrar também que hoje eu tenho uma preocupação muito grande, muito maior do que as minhas conquistas, que é a preocupação em fomentar o esporte. Por muitos anos muita gente questionava porque não tinha uma categoria de formação, então eu criei a Júnior Cup, que se chama Honda Júnior Cup porque eu convenci a Honda a entrar junto nesta iniciativa, mas as pessoas não têm ideia de como isso dá trabalho.


Elas veem lá as motinhos e veem que hoje quase todos os jovens acelerando saíram da Junior: o Lucas Torres, o Gui Brito, da equipe do Alexandre Barros, o Rafael Traldi, que estava andando muito bem na última etapa com a Yamaha R3 também, o Davi Gomide, que está na 500cc, o Rafael Rigueiro saiu da Júnior, o Turquinho que está andando bem… tem muita coisa que eu faço além de só acelerar. Falo isso sem querer me vangloriar mas para mostrar um trabalho concreto.


E espero daqui uns anos falar uma lista de nomes ainda maior. Muito além de querer formar pilotos, queremos formar pessoas melhores. Uma criança que mesmo que tenha saído da Júnior e não tenha continuado, aprendeu a gerenciar melhor os medos dela, ser organizada, disciplinada, trabalhar em equipe, respeitar os adversários, etc. Então, tem tantas crianças que pararam mas que nós entregamos aquilo que queríamos.




Tem muitas outras coisas acontecendo nos bastidores e quem sabe muito em breve não tenhamos a categoria Kids. Não vou explicar o que seria agora, mas todos já meio que entendemos, certo? Essa escadinha ainda pode crescer… Kids, Junior… Tem muita coisa pra acontecer, só que leva tempo.


Temos uma visão muito clara de onde queremos chegar num planejamento para os próximos 10 anos. Acho que o fruto disso é a união. A combinação em deixar os patrocinadores felizes, trazer público para os eventos, dar visibilidade para o evento, onde os patrocinadores ganham com isso e os atletas também, e aí é um processo natural que faz as coisas acontecerem.


Se eu pudesse resumir tudo numa única e ousada frase, eu gostaria que o Superbike se tornasse o evento de esporte a motor referência no país, pois acho que a moto traz muito mais emoção do que carro e acho que um dia isso pode acontecer, quem sabe? Mundialmente o esporte de 4 rodas vem se retraindo… vamos ver…Podemos ter um papo desses daqui uns anos e comparar com as coisas malucas que a gente falou no dia 20/06/2016!


Superbikers - E certamente o faremos Bruno. Muito obrigado.


Bruno Corano - Eu que agradeço, obrigado e abraços a todos.




Galeria - Bruno Corano








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